Resenha do livro e do filme Robson Crusoé

Livro: DEFOE, Daniel. As aventuras de Robinson Crusoé. Rio de Janeiro: Record, 2004.
Filme: Robinson Crusoé: direção de Rod Hardy e George Miller. Europa filmes. Ano 1997.

Das páginas do livro às telas do cinema

O filme Robinson Crusoé de Rod Hardy e George Miller com duração de 100 minutos é uma adaptação da obra literária do famoso romancista e jornalista inglês Daniel Defoe (1660-1731) nascido em Londres, considerado um precursor do romance realista inglês e do jornalismo moderno. Defoe atraído pela política estabeleceu-se em Londres e tentou viver como jornalista e libelista. Metido em intrigas políticas, começou a escrever numerosos panfletos, e foi encarcerado em numerosas ocasiões por dívidas e por motivos políticos. Seu prestígio surgiu internacionalmente com a publicação de sua obra mais conhecida As Aventuras de Robinson Crusoé (1719).
Este romance narra a história do único sobrevivente de um naufrágio que é levado pelas águas até uma ilha aparentemente deserta onde passa a viver do que a ilha oferece e de alguns utensílios que conseguiu resgatar do navio encalhado. No tempo em que esteve na ilha ele trabalhou para sua sobrevivência, construiu um abrigo, móveis, um barco para tentar sair da ilha, mas nem conseguiu tirá-lo do lugar. Depois fez uma expedição pela ilha, descobriu que a terra era fértil e passou a plantar. Aprendeu a preparar pães, bolos e fazer vasilhas de argila para guardar alimentos.

Depois de 23 anos na ilha Crusoé encontra um nativo que se tornará seu amigo desde o momento que o livrara das mãos impiedosas dos canibais e o batiza com o nome de Sexta-feira. Essa amizade dará a ele forças para sobreviver a todas as adversidades, a lutar contra as armadilhas da própria mente, a fim de manter-se longe da loucura. Depois de 28 anos na ilha Crusoé volta à civilização com um papagaio, um diário e o amigo Sexta-feira. A luta de Robson pela sobrevivência e sua adaptação ao meio hostil constituem o foco dessa bela história.

Baseando-se no livro e na adaptação fílmica é possível observar um grande distanciamento entre a construção das narrativas. O filme é mais condensado, não é tão detalhista quanto à obra literária. A viagem que é relatada no início do filme está bem longe de ser realizada pela própria vontade da personagem, por prazer a aventura como podemos observar no livro. Muitas coisas não são mencionadas como a passagem pela África e pelo Brasil e outras são modificadas como a inclusão do duelo, o retorno a civilização, etc. Contudo, é importante salientar que existem semelhanças e divergências, o silêncio da leitura do livro e as imagens e trilha sonora do filme é um dos aspectos que distancia cineasta e escritor, mesmo quando o objetivo é a identificação dos mesmos valores.

Todos esses fatores demonstram a seqüência não-linear que é o filme em relação ao livro, pois a qualidade pictórica das imagens, a liberdade de estilo que cada intérprete possui, o uso expressivo dos sons fazem parte de um processo próprio da adaptação cinematográfica.

No entanto, na descrição do mundo que a narração constrói, posso falar em tempo, espaço, tipos de ação e de agente, ou mesmo descrever certos procedimentos de quem narra, sem levar em conta se o que se usa são palavras ou imagens. Segundo ISMAEL XAVIER, as particularidades que cada meio que utiliza (filme, texto escrito, peça de teatro, etc.) para construir a narrativa, não vão interferir na mensagem que se queira transmitir.

Tanto no livro quanto no filme o trabalho dos artistas que inventam a história deve, antes de tudo, inventar uma forma de contá-las. Nesse sentido, Defoe tenta definir um tipo de narrador que evolui por si mesmo, ou seja, aquele que descreve sua própria história.

Enfim, As aventuras de Robson Crusoé tanto no texto escrito quanto na sua transposição para as telas é uma obra de arte que implica acesso ao amplo conhecimento, pois aborda inúmeras temáticas: religiosidade, filosofia, economia, política, psicologia, etc. que possibilita ao leitor formular suas próprias concepções sobre a natureza universal de cada existência particular, pois a verdadeira função da literatura subsidia a compreensão da realidade social, política e econômica sem a preocupação com os dogmas que impõe a sociedade.

11 comentários:

  1. qui bom adorei mas quero a historia de robinsom crusoé e nao de daniel dafoe

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  2. Bem, não sei se vc leu toda a resenha, mas, se leu, vale ressaltar que a estrutura de uma resenha crítica inicia-se com as credenciais do autor (da obra): quem é, nacionalidade, formação, titulação, publicações, sua relevância no campo científico, quando, porque e onde foi efetuado o estudo a que se refere a obra. Quer saber um pouco mais, acesse: http://recantodasletras.uol.com.br/teorialiteraria/596099

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  3. Otimo adorei muito bem explicado parabens.

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  4. nossa muito bom mesmo adoreii esse filme muito lindo!!obrigada liinda

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    1. só que agora eu vou ver um pouco o filme de novo e ver um resuminho!

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  5. muitoo bom esse seu site o arthur adorouu beijos!

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  6. essa resenha mente ao dizer que Crusoé volta à civilização com o amigo sexta-feira. pois ele foi morto.

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  7. ele nao foi morto, ele conseguiu voltar para a Inglaterra, casou-se e teve filhos, e sempre visitou a ilha e ajudou os 'novos moradores' que lá tinham ficado.

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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  9. Muito obrigado vcs me ajudaram bastantante

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